segunda-feira, 16 de outubro de 2017

A crise de desemprego do Brasil é a pior em 20 anos

Não muito tempo atrás, provavelmente em torno de 2012, se eu me lembro corretamente, a taxa de desemprego do Brasil era absolutamente semelhante à da China. Estou falando em pleno emprego de 4,5%. Os bancos de investimento em Nova York, como a Nomura Securities, realmente esperavam demissões. Os brasileiros estavam sendo pagos tão bem e tanto e ninguém precisava de um emprego. Algo teve que dar.

Cinco anos depois e algo está certo. A população de brasileiros sem emprego agora é igual à cidade de Londres e ao Rio de Janeiro, combinada, em pouco mais de 14 milhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desemprego passou de um único dígito para dois dígitos duplos. Aumentou cerca de dois pontos percentuais este ano, ano em que se diz que o Brasil está a sair da sua recessão de dois anos de duração.

A menos que o angustiado presidente do Brasil, Michel Temer e seus aliados no Partido Social Democrata (PSDB) não baixem este número até o próximo janeiro, sofrerão uma derrota nas eleições gerais de outubro de 2018. E é por isso que. Primeiro, a última vez que o desemprego foi tão ruim no Brasil foi em 2003. Era cerca de 11%.

Naquela época, o país estava no horário de atendimento, o Fundo Monetário Internacional financiava o governo, e uma política de desregulamentação de energia elétrica de estilo californiano falida foi responsabilizada por apagões em partes do país. As pessoas foram tão marcadas com o estado da economia que colocaram suas apostas com o candidato de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva do Partido dos Trabalhadores.

A terceira vez de Lula para o escritório deu-lhe a volta da vitória. No domingo, uma das maiores empresas de pesquisas do país disse que Lula ganhou em todos os cenários contra cada candidato se ele estivesse candidato hoje.

A situação no Brasil fica feia

Desde que chegou ao poder em agosto de 2016 após o impeachment da presidente Dilma Rousseff, Temer conseguiu obter duas coisas no congresso: primeiro uma regra permitindo que os estrangeiros explorassem petróleo sem a Petrobras como sócia. Isso foi bom. Já não obriga a Petrobras a gastar dinheiro que até mesmo os dois últimos CEOs disseram que não tem mais. Mas com o petróleo tão barato, ninguém está realmente clamando pelo acesso aos campos de petróleo em águas profundas do Brasil. Chalk isso para outro dia.


A outra política era uma emenda constitucional para captações. Isso correu bem com os investidores. Mas estava vinculado a mudanças no plano de pensão público inchado do Brasil. Até à data, o congresso não conseguiu até conseguir que os funcionários públicos se aposentassem na idade de 50 anos. Eles nem conseguem fazer isso. Cinquenta! Sem isso, o limite de gastos é um ponto irrelevante.

O economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, disse ao jornal Folha de São Paulo neste fim de semana que uma reforma das pensões mais fraca do que a esperada é melhor do que nenhuma reforma de pensão. Qualquer reforma das pensões neste momento seria positiva. Nenhuma reforma de pensão, no entanto, seria um problema.

"A dívida pública do Brasil está em um caminho insustentável", disse ele ao jornal. "A única razão pela qual o risco de crédito do nosso país é tão baixo, nossa moeda é onde está hoje e nossas taxas de juros estão abaixo de 10% é porque as pessoas acreditam que o governo tomará medidas para colocar nossa dívida sob controle", ele diz. . "Mas se a capacidade de fazer isso falhar, então o risco do país aumenta e a moeda enfraquece e a inflação vem, o que significa que as taxas de juros voltam".

Pode-se imaginar a oposição nessa. Embora, sem dúvida, passem muitas horas nas ruas tentando garantir que nenhuma dessas reformas sejam aprovadas, serão as primeiras a usar o fracasso da sua passagem como sinal de que é sua vez de voltar ao poder após uma curta ausência de um ano .

Ninguém sabe onde a economia brasileira está indo

Toda semana, a pesquisa do economista do banco central reduz o PIB do Brasil. Começou o ano em 0,5%. Agora é 0,4% em média. Mesquita o tem em 1% este ano e um enorme 4% no próximo ano, que Temer e seus aliados precisam se quisermos permanecer no poder por muito mais tempo. Os pessimistas, entretanto, têm previsões abaixo de 0,2% este ano, e menos de 2% no próximo ano. Estas previsões estão em todo o lugar.


O alto desemprego na população em geral é ainda pior entre os jovens, visto em cerca de 20% e muito maior do que em 2003-2010 sob Lula. Mesmo sob Dilma, o pior desemprego chegou a 7,5%. Não vai ser um salto difícil de "esses caras corruptas no poder não podem me fazer um emprego" para "talvez esses caras corruptas que não estão no poder podem".

O establishment político do Brasil está atualmente atolado em um escândalo político. Lula ficou suja. Mas, a menos que ele seja provado culpado ou tenha sido proibido de procurar escritório novamente por causa de processos judiciais criminais contra ele, as pesquisas preliminares sugerem que Lula seja novamente presidente em 2018. Lula tem seu dia em um tribunal de Curitiba em algum momento no final deste mês.

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